sexta-feira, 17 de julho de 2015

SERPENTES


Por fim
Ao que todas
As luzes pareciam inúteis
Pois a cidade dormia
Por uma frincha da janela
Uma frinchinha de nada
Sorrateiras
Rastejaram serpentes
Caíram de mansinho
Descendo paredes
Acharam espaço
Passaram por debaixo
Das velhas cortinas
Acharam-me desprotegido
Sem um lençol que fosse
Eu dormia e dormia
Cravaram-me as veias
Suas presas afiadas
De calor sedentas
Tiraram o quanto puderam
Resultando eu resfriado
Nem preciso dizer
Que eram as serpentes
O frio da madrugada




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