quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Roda, morena. Roda.



Roda morena, roda,
Roda morena da roça.
Deixa a saia se erguer
Pra’legrar as vistas nossas.

Roda morena, roda,
Roda morena rosa.
Deixa o vento lamber
As suas coxas grossas.

domingo, 7 de dezembro de 2014

PEIXE-FRITO



Peixe-frito. Peixe-frito.
Peixe-frito. Peixe-frito.

Lá vem ele de novo
Esse passarinho agourento
Nos anunciando coisa
Ruim a qualquer momento

Mãe, vou pescar
Alguns lambarizinhos.
Esqueça o passarinho.
Aí para o almoço teremos

Peixe-
frito. Peixe-frito.
Peixe-frito. Peixe-frito.

(A beira do ribeirão)

Ô moleque, sabe o
Senhor Pê.
Foi pisoteado por bois.
Ché, está frito, ele.

Foi agorinha.
Está mesmo muito mal.
Foi quase morto
Para o hospital.

(Pensei então)

Pê, ché; frito.
Consultei a gravação
Na minha mente.
Lá repetia incessante.

Peixe-frito. Peixe-frito.
Peixe-frito. Peixe-frito.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Malandro




O sol desce em flecha
Mira a areia da praia
Não é pela areia
Nem pela praia
E algo desse meandro
Ali vai pelos corpos
Feminis sinuosos
Em curvas morenas
Lambidos das flechas
Do sol malandro

Desencontro



Certa vez eu vinha da roça
Enxada às costas
Que calamidade
Fui açoitado
Por um frio beliscado
De uma chuva daquelas
Que caiu tão gelada.
Já em casa,
Enxada num canto
A toda pressa
Mandei lenha à brasa
Queria água quentinha
O fogão era a serpentina
No chuveiro
A sensação foi incomum
Um quente me
Queimava por fora
Um frio me esfriava
Por dentro
Tudo ao mesmo tempo
Estranho desencontro
A natureza tem
Seu tempo
Não adianta forçar
Às vezes paciência
E preciso
Ao apressado a vida
E mais custosa
Pois laranja ainda verde
Geralmente é azeda