segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Noite de Natal



A noite é de festa
Não tarda a missa do galo
A praça está transbordante
Tudo tão alegre e claro
Se olham de longe
Acham ali pequeno
Mas a mim não é
É o mundo inteiro
O escuro quer descer
Mas a alegria não deixa
O sossego tão agitado
Clareia e clareia
Mal se escuta a música
No alto-falante da igreja
Tantas vozes falando
Adulto ou criança que seja
O menino caiu,
Chora pelo joelho ralado,
O pai diz quando casar
Estará tudo sarado,
Confere se não ralou
A ponta dos sapatos.
Mas logo já esqueceu
Corre pisando alto
Na praça moços de um lado
Moças de outro
Muitos ansiosos
Querendo namoro
Fala de tudo e nada
Aquele tão alegre povo
De coração puro
Enfiados em traje novo
O menino corre à igreja
Vê outra vez o presépio
Que belezinha!
É a vaquinha,
Que perfeição.
Feliz do menininho
Cercado duns bichinhos
Tão bonitinhos.
Menininho Jesus,
Proteja Consolação,
Que ela seja cuidada,
No céu pelo Senhor
E não terra
Por homens que por ela
Tenham verdadeiro amor.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Caminho



Os frutos perseguidos,
Eram muito bonitos;
Mas eram de cristal.
Incapazes de a fome matar.
E as flores tão buscadas.
Eram de vento apenas.
Sem textura, perfumes,
Cores... Insossas.
Mas no caminho,
Muitas sementes...
Que se trabalhadas,
Podem se tornar flores
E frutos de verdade.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A Carta



A carta veio de longe
Da capital do Estado
Com ela nas mãos
Papai chegou empolgado
Os olhos brilhavam
O envelope violado
Notícias do concurso
Você foi aprovado
Não há nada melhor
Que filho empregado
Mamãe chorou, nem sei
Se alegre ou desolada
Nem ela sabia
Era tudo misturado
Era bom ao filho deixar
A vida de roça judiada
Triste seria tê-lo
Longe dos seus cuidados
De repente pesando tudo
Deu uma agonia danada
Ô que vontade de rasgar
A carta recém-chegada
E proibir ao filho de
Arredar pés do seu lado
Mas pensou direito
Seria egoísmo impensado
O pai estava certo. Bom
Ao filho era estar empregado
De repente até um raiva,
Um raiva danada
O seu coração a mil,
Tão agitado
E na mesa, quietinha,
a cartinha
Como não acontecesse nada

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Espinhos



Como são tristes
As pessoas amargas
Fechando portas
Se dizendo vítimas
Distribuindo culpas
Vendo escuros
Até onde não há
Assim lançando
Tantos espinhos
As suas agruras
Só farão aumentar

Contagem Regressiva



Falta apenas um mês
Em semana: quatro
Tomara que o tempo
Siga assim tão pacato
Se o céu manda chuva
O ônibus aqui não chega
Canto tão esburacado
Estrada tudo de terra
Ai, meu bom Deus,
Esta ida quero e quero
Se perco a oportunidade
Outra nem espero
Atrás de altas janelas
Rosto colado ao vidro
O menino ansioso
Faz contagem regressiva
Para a viagem em que
Ele e sua família
Patrocinados pelo avô
Irão à Aparecida