quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

o desgosto



               Num certo dia acordei bem mais cedo, lá pelas seis e pouco da manhã.  Tinha eu então uns quatorze anos.
               Chegando à cozinha deparei-me com o vovô Lazo Doca todo agitado. Ele estava todo suado e tomava muita água. É que trabalhava numa roça de milho plantada ao quintal desde as quatro e meia, segundo ele.
               Meio brincando lhe falei que trabalhar demais mata a gente. Mas ele, me olhando sério, disse que o trabalho não mata, mas sim o desgosto.
               De fato o desgosto matou-o poucos anos depois...