terça-feira, 28 de agosto de 2012

Solidão


a chuva arranha a janela, insistente.
Parece tão fria; tão penetrante!
Aqui em minha cama, nada quente.
Sinto-me só, completamente.
Busco calor, no cobertor presente.
Mas a sensação de frio é patente.
O frio e a solidão são parentes!
Como convencer a mente?
Folheando os amigos, mentalmente,
vejo que não são tantos, realmente.
Que no fim sou eu, somente.
Tão só entre toda essa gente.
Como mudar o que se sente?
O passado parece-me tão dolente.
Devo concentrar-me no corrente.
Isso de passado e agir bobamente.
Devemos olhar para frente.
De que festa estou ausente?
É esta sensação de algo pendente?
Um não viver perdido para sempre?
Odeio reconhecer-me diferente.
A seguir como estou atualmente,
a mim será solidão para sempre.

sábado, 26 de maio de 2012

Ah, o diabinho? Esse é um bichinho que todos noís tem no peito...

Ah, o diabinho? Esse bichinho é nois mesmo. Um pobrinho lá acuado e com medo, afundado nas fundanças do nosso eu. O que tem que ser feito não é jogar pedra nela e afundá-lo cada vez mais nesses ardidos; mas sim pega-lo nas mãozinhas dele e com carinho explicar as coisinhas tudinho para ele. Se nois for capaz de amansar ele, ele será amigo grato e de muito valor; e nois, num tudinho, uma pessoa mais boa para a vida, que alegrará o mundo e Nosso-Pai-do-Céu, por que é para isso que ele fez noís tudo. Ele não desgosta desse diabinho não. Ele tem carinho pelo cãozinho e quer recuperá-lo. Ele partiu o bichinho em muitas criancinhas e pois cada uma dentro de cada um de nois. Eis fala que tem coronel com diabinho dentro de garrafa. Cascata! Todos nois tem, e não em garrafa, mas sim no nosso peito. Alembrando que isso é nóis. Isso é do barro que Deus feiz nóis. Senão o seis campeia proseia que eu falei no começo que num tinha diabinho e que agora to falando que tem... Mas o rebeldezinho não fica enjaulado o tempo todo não. Se assim fosse ele explodiria enxofre pra tudo lado. O sono é uma jardineira que vem é leva nóis pruns lugar mais espoletiado. A gente fica sentado numa barranca esperando ela. Das veiz ela vem rápido, mais dasvais ele demora e demora. Tem também veis que nois já ta nela mais cai e fica para trás, tendo que espera outra. Despois ela solta nois num lugar, e aí dentro da gente fica ingual um cavalo que corre pra qualquer lado que lhe de na telha, sem rédea. Ele não campeia nadinha de nada, vai por ir, e se quiser parar, também para. Isso faz o cuzarruinzinho lá enfurnado nas nossas entranhecencias se agrada. Se não tivesse isso, ele ia perturba tanto a gente que nem ia ter jeito de viver. O Nosso Senhor Deus que vive lá no céu feiz as coisas bem feitinho demais. É de se admira...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O menino e o anjo da guarda.



Um dia caiu a minha ficha que tanto o menino quanto o anjo da guarda são eu mesmo, e falo de mim já adulto. O menino é o meu lado mais humano, ainda pouco desenvolvido, boçal o mais das vezes, e que deve ser compreendido e tratado com carinho. Pela sua falta de maturidade, o menino se mal tratado me boicota e o resultado não é bom. O anjo é o que há de superior em mim, uma “certa” razão. O anjo deve guardar o menino, sendo que a missão principal e amadurecê-lo. O menino jamais deve ser colocado debaixo do tapete e tratado como o meu lado negro, pois assim serei alguém muito falso e a vida em vão...