quarta-feira, 28 de abril de 2021
Meu Pequeno Sol
segunda-feira, 26 de abril de 2021
ANOS
tenho muito de algumas coisas
e pouco de outras
muito pensante e embananado
para explicar
mas geralmente não entendem
e se tento explicar falo falo
e pouco esclareço
por isso em frase é organizar
as abelhas em fila
custoso
muito bem o que o outro diz
com seu silêncio
explica bem
isso me é outro mundo
além do dom de entender silêncios
acho que me veio boa capacidade
para intermediar
aprecio
cada dia menos
o que eu pensava
que seria
arrastando este meu eu
que sobrou daqueles
outros que não
prosperaram
sábado, 24 de abril de 2021
para sempre a mesma história
Prato favorito
sábado, 17 de abril de 2021
Viagem
Perguntei para uma amiga o que viu de feio na viagem... e de esquisito... e do que mais não gostou... Ela ficou pensando... pensando... Parecia não encontrar resposta. Esse é o ponto. Quando viajamos nos sentimos fora do eixo. No dia-a-dia tendemos a nos impressionar mais com o feio, com o errado, com o que não está certo. Quando viajamos é o contrário. E se vivêssemos com espírito de viajantes?
quarta-feira, 7 de abril de 2021
Sei/não-sei
Quem não sabe, não sabe que não sabe; mas age como soubesse, e isso é muito triste. Eu receio avançar até onde não deveria. E mais... desguiado pelo meu não-saber, além de ir até onde não deveria, morro de medo de gritar, gritar e gritar, na defesa de minha ignorância. Posso até influenciar não-sabedores como eu. Os que sabem baterão uma mão à testa. Por generosidade pode ser até que me lancem algum sinal ou dica. Que possivelmente não entenderei, resistindo por vezes até agressivo no meu não-saber que acho é saber. Que vergonha! As explicações serão alienígenas para mim. Oh, Céus! Abra espaço em minha mente para que eu aceite saber mais, mesmo que doa. E principalmente, que quando eu evidenciar meu não-saber, que só tenham pena de mim. Jamais raiva. Que eu seja leve. Se quando sei já não devo me impor agressivamente, imagine quando não-sei. Essa viagem do saber ao não-saber é viagem para terra estrangeira. A condução não deverá ser feita por mim, porque serei capaz apenas de repisar no que já sei. O que não-sei é outro mundo, outra regra. Devo ser desmontado numa quebra de esfolar os ossos, para ser remontando de um outro jeito. De um jeito que eu desconhecia, preso à lógica bonita do meu saber. Tudo tão encaixadinho. Saber que pouco se sabe já é um bom começo. Que os Céus nos livrem das tolices.
segunda-feira, 5 de abril de 2021
Poema destes dias frios
Seus galhos secos
Os grilos
Conversam, conversam
Uns falam em partir
Outros discordam
Não entram
Em acordo
O frio cutuca-me
A costela
Numa dor
Sem Eva
A fumaça
Dos escapamentos
Me faz pensar
Que neblina
Também é
Poluição
Os sapos
No brejo
Como aguentam
O frio
Ou seria
Coaxar de
Desespero
O sabiá
Engoliu seu
Canto
Folhas voam misturadas
à pássaros que não sabem
se já vão ou se ficam
mais um pouco
E o menino
Tanto se
Machuca
Por não
Ver obstáculo