Tem um chegado meu lá da Bocaina,
o Zé Gino, que é contrariado de dar dó. O rapazinho dele, quer dizer, o
cuzaruinzinho dele, fala alto nele. Ele só enxerga as negativâncias da vida.
Não é que ele campeia isso não. Vem para ele. Inhantes de fazer ele já desvenda o
errado que pode dá e aí é como se já tivesse dado. Resultado: ele nunca saiu
do lugar. Na vida nóis tem que arrisca um pouco. Se der errado, deu. Quem não
tem nada arrisca com mais facilitância, pois não perde nada. Quem tem alguma coisa
riseste um pouco. Mas isso é bestância. Ninguém tem nada. Das veis, por causa
do medo de perder é que o sujeito perde. O duro é o cabra ter medo de perder uma
coisiquinha de nada, que na cabeça dele é muito. É o caso do Zé Gino, coitado.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Ainda Sobre o Ontem
O hoje, dos ontens,
Por que não.
É um garoadinho,
Sem exata noção.
Avesso envidraçado.
Forçada coloração.
Parecer sufocado,
De muito senão.
Flores belas,
Amiúde soterradas.
Eclipsares
Dos indesejados.
Frutos espinhosos,
Desalumiados
Aparte necessário
Do ver idealizado.
Mas inda que garoado
Só resta esse chão.
Zumbido do sol
Mordida de trovão
Cacos desbotados
Do antigo açafrão
Tão integro outrora
Mas a nós, tão sós.
O que fazer
Que não viver
O aqui e agora.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Caminhos da Mantiqueira
Caminhos de serra
Que me encerro
Caminhos
Tão curvos
Que me alinham
Num alinho
Encurvado
Quebrantado
De um perdido
Inteirado
Revelado
Ao frescor
Do fogo
Da estrada
Na estada
Na serra
Que será
Quem descerra
O precisar-te
Um preciso ter
Oh, caminhos
Da Mantiqueira
Quando
Eu for
Euforia
Euforia
Pra Lá
Do lado
De lá
Assim
Prá mim
Quererei
Um caminho
De carinho
Cá minha
Minha
(Mãe) ti queira
(Me queira)
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Ah, mãe! Deixa.
Ô mãe,
Me deixa ir
à madrinha?
Coitada,
Lá tão
sozinha.
Se eu for,
Sei ela vai
gostar.
A Margarida,
Tá em São
José.
O padrinho,
Vi saindo a
pé.
Lélis e Lourdes,
Já foram estudar.
Ô pai,
Fala pra mãe
deixar.
A madrinha,
Vai adorar.
Ela me falou,
Que sempre posso
ir.
E eu,
Ô pai, quero
e quero.
Mas a mãe,
Fica de
lero-lero.
Não quer
Ver o filho
sorrir.
Agora,
Não pode
menino.
Mas mãe,
Eu estou pedindo.
Então vai,
Mas depois
do café tomado.
Mas mãe,
Se já tô com
uma fome varada.
Como?
Acabou de
mandar uma pratada.
Ô menino,
Deixa de ser
atentado.
(Nem precisa
narrar,
O final dessa história.
Era a teima
reluzente
Em mais uma vitória)
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