sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Parte Minha


Penso,
Acredito,
Estou certo.
Tu és a alma gêmea minha.
Pensada para mim,
Desde a aurora dos tempos.
Em verdade,
Igualmente sou teu,
Unicamente teu.
Melhor,
Somos somente um.
Metades que se completam,
Pedaços de um só.
Deste modo,
Desculpe-me parte minha,
Tenho ciúmes,
Ciúmes de tempos idos.
Época em que tu,
Minha metade,
Buscava-me,
Doando-se,
Revelando-se,
Enfim, dividindo o que é nosso,
Somente nosso,
Arrepio-me só de imaginar,
Tu podias ter se perdido,
Por aí,
Obstando a nossa unidade,
Aprisionada,
Fixada a outra metade que não eu,
Desse modo, também triste,
Hoje é um dia especial,
O universo celebra um encontro,
Na verdade um reencontro,
De partes que já foram una,
Que, pelas leis do Universo,
Um dia separam-se,
Hoje é um dia especial,
Equinócio,
Dia e noite com igual duração,
Exatamente,
Partes perfeitas que se completam,
Hoje é um dia especial,
Lembra-nos o fim do inverno,
E, o inicio da primavera,
No hemisfério sul,
E em nossas vidas.


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Aflição



Ele se desespera. Geme.
Não sabe o que fazer; cai.
Quer gritar ao mundo como sofre;
Mas, engasgado, nada sai.
Bate no peito, dobra joelhos,
Só balbucia um dolente aí.
Recorda-se da mãe e suas orações
Tenta uma prece; a agitação decai.
Na súbita calma que lhe vem,
Sente lágrimas e o corpo retrai.
Olha as mãos lançadas aos céus
Nelas vê uma pomba em voo, que vai.
Agora sabe que já não está só.
Sente o calor do (re)encontro com o Pai.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Eu não sei, juro!



Eu não sei, juro!
Só tenho a mim pra olhar,
Como comparar?
Não sei viver o presente.
É serio, gente!
Não aproveito o agora
Só sei ir embora
Desprezando visões atuais
Tão preocupado com o que traz
A próxima montanha atrás
Mas ela não chega, pois
Depois dela tem mais
E assim a coisa vai e vai
Incessantemente,
Repetidamente,
Infelizmente.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Por Hora

o sol quente
desta noite fria
queima-me em negruras
sufocando-me funduras
Se afaste de mim
pois sou perigoso
Se vacilar, de repente
fica presa pra sempre
Por que espinhos
se tem as flores
Garotinha, tenha juízo
Fuja dos meus abismos
Se houver oásis
Volto pra lhe buscar
Mas, garotinha, por hora
aconselho caia fora