O rio passa
longe longe
Espia a cidade
Lá em cima
Sempre escuta
que ela lembra
Um presépio
E parece mesmo
O rio espia espia
Será falta algo
Àquele povo
Pensa o rio
Duvida
Tinha vontade
De ser gente
Por um só dia
Se faria mascate
Iria lá
Olharia olharia
A
água da chuva caiu sorrindo no bueiro, isso porque passou sobre um jornal e
leu na previsão do tempo que não iria chover. O jornal nem se importou com o deboche,
mais preocupado pela roda da carroça haver lhe levado um pedaço. Inexorável
virou inex. Inex com xis, o que vão pensar...
Falou em solidariedade
Que gostava de mim
Que contasse com ele
Mas o tom da fala
As expressões faciais
As bolinhas das narinas
Se agigantando
Negavam tudo