sábado, 29 de novembro de 2014

Foi Assim



Bode expiatório.
Era como Sexta-feira,
Oferecido como oferenda
Por seu povo.

Mas sobreviveu.
Contudo o povo não o aceitou.
Morto,
Assim era considerado.

Queriam uma cabeça...
A turma fez que sentiu,
Mas no fundo se aliviava.
Uma chance de recomeço.

No que deu a volta
E todos se juntaram outra vez,
No fundo no fundo
Não foi reconhecido.

Era mesmo ambiente,
Mas um muro os separava
Tão perto, tão distante.
No peito uma agrura.


terça-feira, 25 de novembro de 2014

IDIOSSINCRASIA




Não falo de alegrias,
Amenidades, tristezas.
Falo de manhãs, pássaros,
Noites, cinzas.
Na verdade
Apenas algumas linhas
Para que você, que lê,
Com suas agulhas
Costure os contornos
Os quais do seu jeito
Colorirá com o que
Anda-lhe abundando
Ao peito.




segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Perdeu a hora



Era radiante
A manhãzinha
Quando cantou galo
O homem não ouviu
E perdeu a hora
Mas cantou o galo
Cantou eu juro
O homem seguiu
Entregue
Ao lençol azul
De um céu tão
Radiante em
Belezas emolduradas
Em nuvens de
Algodão
Que asseavam
Com carinho
O ferimento em sangue
Da alma do homem
Que dormia
E perdeu a hora.

CONDENADO



Uma tábua,
Uma base,
Uma corda.
Resolvo o
Meu problema.
Faço a barba?

Calculando,
Armo a minha
Ideia.
Primeiro passo,
Segundo.
Suo.
Agonia.

A subida
É transversal.
Terceiro.
De repente,
Falta-me o chão.
E se...
E se...
E se...

Não há mais
Tempo.
Sou refém
Do meu
Segundo atrás.
Amém.

Da mais
Alta corte
Não há não
Possibilidade
Alguma
De apelação

A minha mente.
Minha mente.
Ela mente.
Mente?
Não sei
Para sempre.

O arroz
Da manhã
Não estava mal.
Açúcar
Para o café
Faltou.

Mas
Tudo bem.
Tem coisas
Que tem
Solução;
Outras,
Não.

A dor
Que sempre
Senti,
Agora
Faz sentido.
Para sempre.