sábado, 25 de janeiro de 2014

Uma garota um dia



Uma garota um dia
Disse gostou de mim
Me agarrou, me beijou
Nem esperou um sim
Eu até que gostei
Pois também vinha na solidão
Assim começamos
Pouca fala, muita ação
Logo alguns problemas
Vieram nos rondar
Mas não sabíamos
Conversar, só amar
Não fizemos nada certo
Cada um seu rumo seguiu
Mas senti falta dela
E acho que ela também
Sentiu
Nos encontramos depois
Eu quis beijá-la
Ela também quis
Estava na cara
Eu quis falar antes
E então começamos outra vez
E agora até que
Estamos indo bem

Cavalos de fogo



O menino enclausurado
Desconfia que o mundo acabou
Pelas tantas e tantas viagens
Dos doze cavalos de fogo
Que lhe levaram quase tudo
E basicamente só ele ficou
La nos afundados escuros
Da caverna que sempre o abrigou
Restando para si apenas
Retratos do que já foi
Se não fez nenhum mal
Não entende a pena brutal
Os doze cavalos de fogo
Em trinta tropéis
Com seus sete saques
Enchendo 24 embornais
Em relinchos preto e branco
Levaram-lhe demais

Pássaro-preto.



Mas o que é aquilo no limoeiro
Um pássaro-preto tão jururu
Ele pelo que sei anda em bando
Então que diabos faz ali
Foi banido do bando ou se perdeu
Ou será que resolveu se isolar
Ah, meu Deus, será que
No coraçãozinho dos pássaros
Também há apoquentar?
Pelo que sabemos são apenas pessoas
Que por aí vão tão amoladas
A razão me faz pensar que aí
No caso do nosso pássaro há apenas
Asas machucadas
Se for maledicências de corpo
Se cura com um pouco de calma
Mas se se aproximou demais dos homens
Pode estar padecendo com mal de alma
Passarinho se aproximando de limão.
Não sei não...

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Pescaria



Num cedo nem tarde fresco
Molemente às águas lancei redes
Mas algo me dizia que naquele dia
O mar não me daria peixes
E realmente do mar de minhas ideias
Nada me veio que valesse a pena
Queria palavras pr’uma fritada
Que seria algum poema
Ah, esse meu mar tão maluco.
Às vezes indo acima de nuvens
Povoado por peixes, pássaros,
Ventos, fantasmas, decrepitudes.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Senhoras e senhores

E eis que o branco se uniu ao preto, e o preto ao branco; e o branco já não era mais branco, e o preto já não era mais preto, mesmo o preto sendo preto e o branco sendo branco. E já não havia o primeiro sem o segundo, e já não havia o segundo sem o primeiro. Se quiser ressaltar o branco, que valorize o preto; se quiser equalizar o preto, que pondere o branco, pois somente da harmonia dos dois virá serenidade. Senhoras e senhores eu lhes apresento: A COISA QUE O HOMEM TEM DENTRO DE SI.