Pouco sei
falar
Tudo que
há vem
De uma fome
De uma
sede
Existe um vácuo
cinzento
Nas
funduras do peito
Da gente
Que quer
luz
Que quer
gritar
A construção
É o esvaziamento
disso
É o
aprisionamento
Desse anseio
Desse desejo
Desse aterramento
A construção
É a desconstrução
Da
inquietação
Que enquanto
tremer
Seguirá no
viço
Mas haverá
a hora
Do abandonado
Do enfraquecimento
Da volta
Do pó
Um rádio
Um galo
Um galo
Ruídos
Muito se
repete
Nem percebemos