domingo, 11 de setembro de 2016

LÁPIS FEIO

Ao meu novo estojo
Fui deitando os lápis
Foi o amarelo
Foi o vermelho
Foram muitas cores

Tinha um, era cinza
Não quis coloca-lo lá
Não era dos grandes
Uma tinta tão feia
Sua casca descascada

E a madeira então
Nem era boa 
Nada macia, lascava
Ao ser apontada

Enfim, esse cinza
Ficou fora do estojo
Acabou de del em del
Em cima da cama
Sobre a cômoda
Entre coisas ao guarda-roupa

Numa tirada de algo
Junto veio o lápis cinza
Correu. Caiu
Foi-se ao chão
Nem liguei

Depois cheguei
Nisso ia escuro
Pisei no lápis
Ele correu. Rolou
Eu em cima
Que tombo fenomenal

Porcaria de lápis
Sem dó
Lancei-o as labaredas
Do fogão a lenha
Fiquei olhando
Gostei de vê-lo
Sendo aniquilado

(Como se a culpa fosse dele)
(Eu o excluí do estojo)
(Os meninos estão furtando aos sinais)

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