segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Aurora

Tão linda a aurora
Dá vontade de engarrafar
Para ter a toda hora
Essa cor de recomeçar
Sentimentos luzes percorrem-me
Vibro orvalho perfume de flores favos de mel
Pululam-me pensamentos dentes-de-leão
Enfronhados de suavidade
Vida e ancestralidade
Cada canto do meu ser
Abrasa viva sensação de que
Devo sobrar tranquilo
Que o banquete já está posto
O hálito do novo dia
Cheira-me beija-me gosta
Chama-me para o amor
Pelo trino dos pássaros
Capto a música ancestral
Que flui equilíbrio
Anuncia que o vivo está no agora
Que fora dele há apenas ermo
Que não recebê-lo luz é vibrar deserto
Que tudo já foi ponderado
E a mim basta me entregar
Abrir olhos desembainhados
De medos e preconceitos
Olhos de infância
Sorvo mais um gole de chá, admiro
Tão linda a aurora
Dá vontade de engarrafar
Para ter a toda hora
Essa cor de recomeçar