Muita vez (quase sempre) ser pai
é como estar num jogo difícil. O outro time bombardeando a nossa defesa. O
nosso time sem inspiração, se defendendo como pode daqui e dali. Tirando bolas
de cima da linha do gol. De repente, num impulso de sobrevivência, com força
não sei de onde a gente vai conduzindo a bola com truculência e dificuldade,
pela pouca habilidade, rumo ao gol. Dribla um, outro; olha de um lado, outro. Ninguém
para tocar a bola. As pernas falham. Continuamos assim mesmo, com força não sei
de onde. Dali a pouco, quase por um milagre já estamos na cara do gol. Aí
aparece um companheiro, companheira na verdade: a mãe. O goleiro vem para o
nosso lado, a gente cruza para ela, a mãe. O gol está livrinho para ela, que apenas
põe um pezinho. Goool. Aí ela pula, joga beijo para a torcida, vibra, chora,
recebe abraços, beijos, parabéns, sai na foto do jornal. E a gente, sem força,
tá lá, olhando e ainda achando bom, pois ao pai assim está bom. É isso mesmo
que lhe importa. Filho feliz e mãe feliz.
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