terça-feira, 11 de novembro de 2014

Ser Pai



Muita vez (quase sempre) ser pai é como estar num jogo difícil. O outro time bombardeando a nossa defesa. O nosso time sem inspiração, se defendendo como pode daqui e dali. Tirando bolas de cima da linha do gol. De repente, num impulso de sobrevivência, com força não sei de onde a gente vai conduzindo a bola com truculência e dificuldade, pela pouca habilidade, rumo ao gol. Dribla um, outro; olha de um lado, outro. Ninguém para tocar a bola. As pernas falham. Continuamos assim mesmo, com força não sei de onde. Dali a pouco, quase por um milagre já estamos na cara do gol. Aí aparece um companheiro, companheira na verdade: a mãe. O goleiro vem para o nosso lado, a gente cruza para ela, a mãe. O gol está livrinho para ela, que apenas põe um pezinho. Goool. Aí ela pula, joga beijo para a torcida, vibra, chora, recebe abraços, beijos, parabéns, sai na foto do jornal. E a gente, sem força, tá lá, olhando e ainda achando bom, pois ao pai assim está bom. É isso mesmo que lhe importa. Filho feliz e mãe feliz.

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