O vento se infiltra
E fala.
Mudando
força
E
direção,
Faz sua
canção
Que não bem
sei o teor.
Talvez
cante a dor,
Talvez o
riso.
Quem sabe
tudo isso.
Outro dia
me pareceu
Serra
rasgando metal;
Hoje
lembra periquitos
No
coqueiro do quintal.
Aquele
dia, de fato
Eu vinha
mal.
Acho que
compreendo isso
De mamãe
dizer.
Que às
vezes não
Está pras
canções.
Às vezes o
nosso humor
Destoa
seja do que for.
Coitado
de quem
Do vento
ouve
Não
apenas zunidos.
Mas além deles;
choros,
Sussurros
e gemidos.
Um sofredor
De dar
dó.
Um sabedor
De como se
é só
De
qualquer jeito,
Seja de
alarido de periquito;
Seja de
serra rasgando metal.
Não há nada
sem final.
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