quarta-feira, 12 de novembro de 2014

o vento


O vento se infiltra
A tudo que é frincha
E fala.
Mudando força
E direção,
Faz sua canção
Que não bem sei o teor.
Talvez cante a dor,
Talvez o riso.
Quem sabe tudo isso.
Outro dia me pareceu
Serra rasgando metal;
Hoje lembra periquitos
No coqueiro do quintal.
Aquele dia, de fato
Eu vinha mal.
Acho que compreendo isso
De mamãe dizer.
Que às vezes não
Está pras canções.
Às vezes o nosso humor
Destoa seja do que for.
Coitado de quem
Do vento ouve
Não apenas zunidos.
Mas além deles; choros,
Sussurros e gemidos.
Um sofredor
De dar dó.
Um sabedor
De como se é só
De qualquer jeito,
Seja de alarido de periquito;
Seja de serra rasgando metal.
Não há nada sem final.

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