segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A Carta



A carta veio de longe
Da capital do Estado
Com ela nas mãos
Papai chegou empolgado
Os olhos brilhavam
O envelope violado
Notícias do concurso
Você foi aprovado
Não há nada melhor
Que filho empregado
Mamãe chorou, nem sei
Se alegre ou desolada
Nem ela sabia
Era tudo misturado
Era bom ao filho deixar
A vida de roça judiada
Triste seria tê-lo
Longe dos seus cuidados
De repente pesando tudo
Deu uma agonia danada
Ô que vontade de rasgar
A carta recém-chegada
E proibir ao filho de
Arredar pés do seu lado
Mas pensou direito
Seria egoísmo impensado
O pai estava certo. Bom
Ao filho era estar empregado
De repente até um raiva,
Um raiva danada
O seu coração a mil,
Tão agitado
E na mesa, quietinha,
a cartinha
Como não acontecesse nada

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