quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Desencontro



Certa vez eu vinha da roça
Enxada às costas
Que calamidade
Fui açoitado
Por um frio beliscado
De uma chuva daquelas
Que caiu tão gelada.
Já em casa,
Enxada num canto
A toda pressa
Mandei lenha à brasa
Queria água quentinha
O fogão era a serpentina
No chuveiro
A sensação foi incomum
Um quente me
Queimava por fora
Um frio me esfriava
Por dentro
Tudo ao mesmo tempo
Estranho desencontro
A natureza tem
Seu tempo
Não adianta forçar
Às vezes paciência
E preciso
Ao apressado a vida
E mais custosa
Pois laranja ainda verde
Geralmente é azeda

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