quinta-feira, 7 de março de 2013

Será?


Ocê sabe que o cumpadi Cristino me falo na semana passá que tinha um cachorro, de nome Veludo, e que quando criança tinha a mãnha de fazê o bichim dizimbesta a uiva ingualzim lobo, mas que a sua mãe dele não apreciava esse modo dele, coisa mais sem precisão, dava bronca proque segundo ela, isso de uivo dá mau agouro. Aí eu me alembrei dum tempo de carcanha rachado já muito distante, em que eu morava numa furna lá pras banda das Coruja, u luga friu, num tempo de muito mato e onça. Lá tinha um fazenderão, o Tonho Froizinho. As onça se puseram a consumi bezerro no seu pasto dele e a coisa tava cada veis mais custosa. Pra mais de dez cachorro ele já havia apanhado, mas nada acudia. Antão passou por lá um mascate de São Paulo e teve ciência do aconticido. O mascate sugestiono pro Tonho Froizinho que num diantava aquela cachorrada, que as pintada num tem medo de cachorro não. Que unico cachorro que arresorve e o americano, proque ele mais uiva que late, e de uivo as mardita arreda légua. Naquele desesper o Tonho, fezendeiro de muita farturança, apanho nos Boteio dum tar Coronel Virgílio a preço de ouro um casarzinho dos tar americano. Batata. Oia, num é que as onças sumiro mes. Os cachorrinho ficava lá, uivando o dia todinho. Acho que a mae do cumpadi Cristiano divia tá certa, viu, falei prele. De uivo de cachorro deve se bão fica longe memo. As onça, pelos instinto erdadu do Senhor nosso Deus, bem deve intui isso.

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