Ainda
naques tempo deu morando nas Coruja, lá nos Boteio. O fio do Tonho Froizinho,
um tar Gervásio, era um meninão branquelo daques que o pé nunca isprimento
espim na vida, proque nunca ficou descarço. Chato de dá dôdestombago. Estudava fora, nos Poçus. Certa feita toda a
molecada da colônia tava reunida proseando e aí o tar Gervásio chegou. Tava com
uma menina, sua prima de fora, uma belezura de causa iscândelo.
Ele quis mangar de mim, quis saber o que veio premero, se o ovo ou a galinha.
Eu dei uma de que sabia o que falava. Preguntei se nunca estudou catecismo. O
bocoió quis saber pramodi que eu preguntava, curioso. Eu falei, óiaqui, nem o ovo, nem a galinha, ué. Deus fez
premero o galo, e dispois, da costela do galo, fez a galinha, que por sua veiz,
boto ovo. A prima dele gostou da minha resposta. Me chamou de sabido. Bateu
parma. E o Gervásio, fidumaégua, que quis me
mangar, ficou lá com cara de taxo, se rindo amarelo, tratando de arredar pé
de nóis, com ele puxando a teteia da prima.
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