domingo, 26 de fevereiro de 2017

O CASARÃO

A Tia Bernadethe
Não se esquece 
Daqueles verdes dias
Vividos ao casarão
Ladeado da Capela
Em Consolação
Seu quintal
Até a montanha
De araucárias

Sem padarias
Saboreava
As quitandas
Da mãe Ursulina
(Que gostava
De rosas)
E era um primor
Na cozinha

Ao forno
De barro
Roscas
Broas
Bolos
Biscoitos
Bolachas

Às vezes a
D. Ursulina
Era ajudada
Pela Dita da Vi
Também quitandeira
Com mãos
Divinas

Próximo ao
Forno, um
Alto porão
A tia lembra
Da zonzeira
Do seu primeiro
Cigarro de palha

Tem curiosidade
Em saber 
Quem construiu
O casarão
Com paredes
Até de pau-pique

Ah, quanta saudade
Das quitandas
Das rosas
Das montanhas
Dos pais
Do casarão
Que não existe mais

Dele ela guarda
De lembrança
Um prego
Isso, um prego
Que olha para
Ter certeza de que
Tudo foi verdade

O prego lhe prega
Certeza de realidade
De um tempo de criança
Vivido num casarão
Ladeado da Capela
Em Consolação
Com o quintal
Até a montanha
De araucárias

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