quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Contemplação

O beija-flor
Beija a florzinha roxa
Perto do curral
E a brisa chega verde
Por entre as árvores
Do pomar

Perto da igrejinha
Cachorros latem
Perecem irritados
Com a alegria gratuita
No canto dos
Pássaros-pretos

Da rede xadrez
Eu me pergunto
O que sinto
Sei experimento
A máxima felicidade 
Ao homem permitida

Respiração suave
Dor nenhuma 
Gosto de água
De mina à boca
Sensação levemente
Fervilhante ao peito

Nada de desejos
Ou arrependimentos
Apenas o agora
Num sentir-me inteiro
Um raro azul
No meu costumeiro
Tempestuoso céu

Sobrando sonolento
Desse meu pensar
Não me decifro
Meus olhos pesam
O joão-de-barro
Como sempre
Dá risada de mim

Melhor deixar
A conclusão
Para depois
Decido assim

Acho que é isso
Vive melhor quem
Menos se envereda
Às vias do querer
Entender e controlar

Felizes são os
Passarinhos

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