sábado, 14 de novembro de 2015

Portas

Enquanto eu subia
Os degraus da pensão
Da Dona Judite
Fui sentindo um
Perfume inebriante
Chegando à sala
Encontrei a
Dona do cheiro
Uma moça loira
Que parecia
De outro planeta
Ainda mais bela
Pelo terninho
De executiva
Troquei com ela
Umas poucas
Palavras
Não é fácil
Ficar assim
Cara-a-cara com
Mulher tão bela
Como assimilar
Era filha
Dona Judite
Senhora
Tão esquisita
Semana passada
Vinte anos depois
Vi outra vez
A moça
Irreconhecível
Fisicamente nada
Sobrou da
Beleza alienígena
De outrora
Como a gente é
Falso ao falar
Que importa
Apenas a bondade
Qualquer qualidade
Acaba que é
Pelo olho
Da gente
Que entra
Se o olho nada vê
Não há
Portas abertas
Para o que
Está
Além dele

Nenhum comentário:

Postar um comentário