sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

E à-toa


Algo prazeroso era-me jogar futebol. Mas nisso havia-me uma incomoda dor. E não falo de contusões ou coisas assim. O futebol eu adorava de qualquer jeito, mas bem sabia que minha habilidade física não acompanha as minhas criações mentais.

Era assim. Os dois melhores tiravam “par ou impar”. Eram os capitães. O vencedor escolhia quem achava melhor, seu primeiro jogador. E então era a vez do outro. E assim iam até que fossem escolhidos todos os demais.

Para o meu desespero eu não distava dos derradeiros, lá constrangido olhando de lado. Hoje vejo que sofria à-toa. Aquilo não dizia respeito a gostar de mim, como a me medir defeitos e qualidades, não. Mas sim e apenas as minhas habilidades futebolísticas.

Não me escolher para o time não tinha a ver com me escolher para amigo. Como eu me sentia pequeno à medida que ia sendo rejeitado nas escolhas de cada capitão. E à-toa. Vejo que somos mestres em equívocos e dramas.

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