quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

rolinhos


Nas manhãs daqueles dias na Cruz Vera, eu lançava quisera ao terreiro. Sobre os riscos amarelos, logo os passarinhos. Passos-pretos, boiadeiros, canários, rolinhas. Um embolado em poucos metros quadrados. Chamava-me atenção o jeito das rolinhas. Ao invés de aproveitarem para encherem o papo, brigavam entre si. Uma asa erguida como ameaçasse um caratê. Se pássaros de outra espécie lhe abeiravam, tudo bem. Se rolinha; então era guerra, numa luta que apenas as fazia perder tempo. Os outros iam aproveitando, não se importando com um semelhante lado-a-lado. As rolinhas me fizeram recordar os homens, tantas vezes tão preocupados com rolinhos que até se privam de oportunidades de ajudar-se a si mesmo.

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