segunda-feira, 28 de novembro de 2016

NOITE NO MILHARAL

O milharal na madrugada
Mar verde-cinza-escuro
Folhas farfalhantes
Eu em apuros

Corre o vento em ondas
Estranhos ruídos
Lembram-me monstros
Estou asfixiado

Braços em riste  
Erguem-me mãos 
Que abrem caminhos
Ao longe, os galos
  
À luz do sol
O milharal
Não será
Tão assustador

Será há 
Sol capaz
De clarear 
Nossa escuridão?

Como disse   
A prima Valdene
A vida é sorrir
Sem vontade

E se fazer artista
Para aturar 
O amargo
Indigesto

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