quarta-feira, 14 de outubro de 2015

NAMORADOS


(Das brigas as reconciliações sem que palavra alguma seja dita)

Chega um casal
Escolhe um banco
São Namorados, novinhos
Chegam abraçados
No banco apenas eles
A missa está para começar
Desfazem o abraço
Ainda em pé se alinham
Ele olha a sua direita
Vê alguém. Outra menina
Ela lhe manda um tiauzinho
Ele responde, acanhado
Sua namorada olha à direção
Vê a outra, fecha a cara
Afasta-se um passo dele
Ele sorri. Tenta abraçá-la
Ela com o cenho mais
Fechado possível
Vai à ponta do banco
A missa começa. Segue
Ele não se arrisca mais
Nem sonha olhar para o lado
Fica firme aprumado apenas
A direção do padre e do altar
Quando da comunhão, penso:
E agora? Não comungam
Ela se assenta com
As mãos soltas no banco
Cada uma esquecida de um lado seu
Ele se aproxima com cuidado
Como não quisesse espantar
Um passarinho
Pousa o mais levemente possível
Uma mão sua sobre a dela
Ela faz que vai recolher sua mão
Ameaça, contudo não recolhe
Embora siga imóvel e azeda
A missa acaba. Ao que se levantam
Ele a abraça. Ela aceita
Por um segundo ele puxa a cabeça
Dela contra seu peito
Ela aceita. Olhos brilhantes
Até penso ver nela um leve
Repuxar de boca em sorriso
No segundo seguinte
Também ela o aperta
Como abraçasse um tronco
Ato contínuo, relaxam o aperto
Exagerado, ele lhe beija a testa
E saem. Abraçadinhos como chegaram

Nenhum comentário:

Postar um comentário