sábado, 8 de março de 2014

U-u-u-u



O vento chia frio
Arrastando de longe
Atrás de si
Vários cheiros:
De flores, de jantares, de mortes.
Perfumes e azedumes.
Restos do dia que se foi.
U
U-u
U-u-u-u
U-u-u-u-u
Alguém dedilha um violão
Dim-dom dim-dom-dom
O som me parece triste
Um jeito de resignação
U
U-u
U-u-u-u
U-u-u-u-u
O escuro parece carvão do
Dia consumido
E a carvãozeira negra
Falsamente imóvel
Vai se enrolando
Num restinho alaranjado
De tarde
Sim, o dia se foi,
Não adianta reclamar.
Nada mais a fazer.
Erros e acertos ecoando
Para sempre.
U
U-u
U-u-u-u
U-u-u-u-u

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