sábado, 5 de outubro de 2019

Não custa

em 1980 a novela que assistíamos era Marina
eu achava linda a Denise Dumont
e a abertura era tocante, com campos com capins dourados e cavalos livres tinha também aquela canção do Beto Guedes que eu achava meio triste mas trazia esperança, com o abrir das janelas do peito para o sol de primavera, num recomeço nesses momentos minha mãe ficava feliz tinha também que a canção falava em "já choramos muito" eu gostava do rosto iluminado dela, óbvio sempre assistíamos pela hora do jantar o azar foi que no derradeiro capitulo faltou energia elétrica em Cambuí era sexta-feira daquele já fim de ano tentando amainar a decepção dela sugeri brincarmos de "como acabaria a novela" ela topou. Falou um final. O óbvio aí falei: oh! mãe, e se a gente fizesse tudo diferente. Tipo, um final surpreendente aí começamos a pensar finais improváveis mas também interessantes no outro dia assistimos ao capítulo final que tradicionalmente repete no sábado por fim mamãe suspirou comprido disse, ah, gostei mais do nosso final 2 sorriu lindamente. Na vida acho que é isso às vezes é preciso de um pouco de criatividade de recontextualização, de "semear canções ao vento" de “abrir as janelas do peito”

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