
A Luciana disse que perguntaram por mim, que
falaram que eu deveria ter ido. A Camila Dias disse que este ano ia conversar
bastante comigo, para eu incluí-la em meus textos. A Tia Ruth disse que era
para eu escrever assim mesmo. Seria a crônica do cronista que não foi à festa.
Risos. A Cida Gonçalves perguntou a Luciana se ela estava anotando algo. A
Luciana falou que não. Aí a Cida decerto pensou, então este ano não tem mesmo
escrito do Kirk. O Carlos Alberto (meu padrinho de casamento) mandou-me recado
em vídeo, reclamando. Disse que eu falei que ia. Não fui. Que sou “viado”.
Decerto aí já não apenas ao suco e refrigerante como a Luciana. (Ela disse que
não bebeu cerveja. Eu não sei se acredito).

Sem que eu pedisse o Otavio me mandou uma foto de
um canto da casa, mostrando um ninho de passarinho. Fiquei emocionado.
Passarinhos não fazem ninhos em qualquer lugar. Aquele lugar é mesmo especial.
A família é um presente que Deus pensou para nós desde que nos projetou, para
que toleremos bem os revezes da vida. Para que tenhamos lugar. Na família, se
estivermos com o coração aberto; mas bem aberto mesmo, qual criança, sentiremos
a pele, a voz, o cheiro de Deus.
O Helio sentiu-se confuso com essa emoção de união
de espíritos. Ele não sabia bem o que era. Parecia cansaço. A doença lhe quebra
todas as barreiras e assim de coração destrancado não é mesmo fácil receber
essa energia potente, pura, ancestral. Ele partiu embriagado (aposto que
estranhamente achando ali seu lugar), abaixo de música e carinho. (Paz, paz...
Paz, paz, paz, paz...).
Bom seria se nossa vida acabasse sem dor, sem
sofrimento. Que acabasse como as festas da Sabinada da Dona Eugélia naquela
casa (ninho) com jeito de chão. (Paz, paz... Paz, paz, paz, paz... Paz-carigudum,
Paz-carigudum, Paz-carigudum). Para a posteridade, mais uma foto. Tanta gente.
Diferentes tão iguais. Desta vez todos diante da casa onde passarinhos fazem
ninhos.
A casa
bonita
Com jeito
de chão
Onde
passarinhos
Fazem
ninhos
Pés
descalços
Povo
pelos cantos
Um dedo
de prosa
Dez dedos
de prosa
O que
proseiam tanto
A alegria
do menino
Que tenta
conciliar
Dormir
com pular
A caixa
de lichia
Por fora
Gotas de
aurora
Por
dentro
O carnudo
branco
Família.
Alvoroço
Diferentes
tão iguais
Perguntas
e respostas
Idas e
voltas
Ninho
(Essa é a
crônica
Do
cronista que
Não foi a festa)
Não foi a festa)
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