quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Capivari

Toda vez que passava pela ponte
Sentia o rio querendo falar comigo
Esses dias parei o veículo
Fui escutar o rio
Ele pareceu confuso engasgado
Achei que queria saber
Por que eu estava tão sumido
Que já não dava tanto peixe
Mas mesmo assim me convidava
Se eu recordava da vez
Que peguei aquele bagrão
Como não, respondi em alta voz
Supus que o rio chorou
Aproximei-me mais dele
Pousei uma mão em suas águas
Como as acarinhasse
Então escutei o que se escuta
Somente se bem perto
O rio cantou chuuorrrgruooaaah
Com um dedo escrevi meu nome nele
Como lhe cortasse as águas
Como fizesse uma tatuagem
Um pacto de amizade


Nenhum comentário:

Postar um comentário