sexta-feira, 26 de agosto de 2016

O Homem do Outro Lado do Rio

Deus, seu moço
Mora numa beirada de rio
Perto duns barrancos
Protegido num matinho ralo
Cheio de passarinhos
O máximo que podemos chegar
E na margem oposta
E é custoso pra gente chegar lá
Primeiro tem um trecho deserto
Depois, muito precipício
Com pedras pontudas
Espinhos, tocos
Cobras, marimbondos
Apenas próximo ao rio
Um ribeirãozinho de nada a bem dizer
É que começa a esverdear
Se a gente chegar bem perto
Mas bem perto mesmo
Podemos ver Deus do lado de lá
Movimentando-se detrás da vegetação
Vemos só umas partes Dele, uns vultos
Tudo de forma muito rápida
(Tem gente que fala que chega
Lá pelos jardins
Mas eu parece, duvido
Sabe aquela mulher que nunca
Gozou e não sabendo como é
Então fala que goza
Porque aquilo que sente
Pensa que é o gozo)
Se esticarmos as mãos
Lá do nosso lado da barranca
Em direção a Deus
Ele também esticará
E então nossas mãos
Quase se tocarão
(Atravessar o rio não tem como
Não por agora)


Nenhum comentário:

Postar um comentário