quinta-feira, 4 de agosto de 2016

A MATA

A mata sempre
Me pareceu mágica
Sempre imaginava
Encontrar ali
Algo surpreendente
Aqueles pios
Aqueles assovios
Aqueles gritos

Tudo ao fundo
Escondido
Num fresco gostoso
De uma penumbra
Que dava vontade
De fazer casa na árvore
E morar ali para sempre

Ficava imaginando
Como seria a noite ali
Um céu tão bonito
Mas devia ser frio
E também dar
Muito medo
Na gente

Pensa bem
Aqueles pios ao fundo
Parecendo gemidos
A gente sem ver nada
Porém o amanhecer
Devia ser extasiante
E compensar tudo

Não quero parecer bobo
Mas perfeição maior
Que a da mata
Eu pensava
Não existir

Hoje não penso
Tanto na mata
Quase me esqueço
Que ainda existe
E se eu quiser
Ainda posso fazer
Uma casa na árvore
E morar lá para sempre
Para morrer de medo
Nas noites
E renascer revigorado
No dourado das manhãs

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