Era eu ainda pequeno
De um jeito desastrado
Bem no vão dos meus dentes
Foi preciso enfiar o dedo
De um jeito empurrado
Numa manobra bizarra
Meu irmão ficou irado
Disse que eu queria
Apenas fazer careta para ele
Pode ate ser que fiz
Mas juro nem pensei nele
Aleguei cheio de razão
Que era a operação em si
Mas minha mãe, irritada
Deu carreira atrás de mim
Gritou que parasse de “mexer”
Com o pobre coitadinho
Lógico que não me pegou
Suei mas sumi no caminho
Ufa, que não me alcançou
Por minha pura sorte
Se me pega eu apanharia
Igual vaca na horta
Depois voltei. Fiz defesa
Jurei que não fiz careta
Expliquei. Expliquei
Minha mãe seguia quieta
Porém tanto a importunei
Querendo sua manifestação
Pois caso raro era onde
Culpa eu tinha não
Ela acabou falando, ríspida
Que eu era culpado
Eu quis saber por que,
Socando o ar, revoltado
Disse ela que pelo histórico.
Que se não fiz careta ali
Mereci a carreira pelas tantas
Vezes que impunemente fiz
Que argumento mais tosco
Pensei, olhando a cinta
Aprendi ali a importância
De se ter a ficha limpa
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