quinta-feira, 28 de maio de 2015

MÁQUINA DE LAVAR ROUPAS



A mim não existe coisa
Mais misteriosa do que
Uma máquina de lavar roupa.
Tantos botões. Uma monstra
Insolente, zombando, decidida
A me por louco. Maléfica.

Não sei se são todas; mas
Confesso acho a máquina
Daqui de casa mal-assombrada.
Quando saio de perto ela
Aumenta o barulho, como a me
Provocar. Atrevida

Figura maligna. Odeio a máquina,
Com seu assovio hipnotizador
Vibrando, batendo, querendo saltar.
No melhor estilo Stephen King
Atraindo-me para suas peças girantes
Com o propósito de me matar.

Diante de sua relutância em
Obedecer-me, certa vez
Desliguei o fio da tomada.
Juro-juro que ela continuou
Funcionando, acho. E de um
Jeito que parecia gargalhada.

Oh, Deus. Empalideci-me.
Depois fiquei na dúvida se
Era o vinho impondo alucinação.
Não tive coragem de revelar
O acontecido a minha esposa,
Que me poria gozação.





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