quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Nunca Ouvi Dizer



Ah, que tarde preguiçosa e de bobeira.  Fui tirar um cochilo. Um friozinho tão gostoso! Lá aninhado, Logo dormi. Veio-me uma moça. Era tão bonita e quente. Digo, em relação ao quente, as mãos... Para que já não pensem bobagem.  Comecei com conversa mole, bico doce que sou, logo cheio de dedos para cima dela. Comecei a falar-lhe bem baixo aos ouvidos, apenas para poder roçar-lhe os lábios às orelhas. Ela sorria. Sentia arrepios. Encolhia-se. Pedia distância, mas daquele jeito. Pedindo uma coisa, querendo outra. Dali a pouco, do nada, começou a me xingar. Não entendi nada. E xingava feio. Transformou-se. Não houve remédio.Tive que acordar. A fdp da vizinha xingava os dois filhos, como sempre faz, e o eco dos malditos xingos certamente entraram no meu sono e influenciaram a moça de mãos quentes. Que comportamento gera comportamento é clichê que todo mundo sabe.  E até pessoas em sonho influenciar depois pessoas vivas se tem notícia, pois às vezes os lá acontecidos determinam ações e decisões na vida real. Agora, alguém vivo que não o sonhador influenciar alguém que existe apenas em sonho, e em tempo real, é coisa que nunca ouvi dizer.

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