sexta-feira, 19 de julho de 2013

Do Que Abunda



No meu primeiro dia de aula,
Um dia tão claro,
Era escolinha de roça,
Nossa!
Recordo-me direitinho.
Íamos pelo caminho
Achando bonito
O jeito dos periquitos
Alegres demais,
Revoando arrozais.
O meu amigo,
Seguindo comigo,
Agitava-se tanto
Que sujou o boné branco
No chão empoeirado
Bateu-o de lado
Nem ligando pra isso
Só pensava nos escritos
Porém a aula foi pequena
Uma pena!
Foi só até o meio.
E a liberação no recreio
Frustrou o planejado,
Lanchar com a molecada.
Mas voltar com o lanche,
Era sem chance.
Então sozinhos
Devoramos bolinhos
Lá num canto
Eu e o de boné branco
Perto dos arrozais,
Acercados uma vez mais
Do verdor da passarada
Lá com suas céleres asas.
Repicadas tão contentes
Dando gosto na gente
Porém,
Veja bem,
Uma mulher que vinha
Pelo caminho
Vinha a sós
Sem dar por nós
Com olhos sentidos
Reparou, comovida
Achando estranho
O jeito tão tristonho
Dos pobrinhos
Dos verdes Passarinhos
Não há como negar
Oh, Meu Irmão.
Sempre vamos notar
Do que nos sobra ao coração

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