segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Mil novecentos e oitenta e poucos...


Meu pai caminha pela plantação
Respira fundo, relanceia o olhar
Encanta-se com o viço do cafezal
Está animado. Como não estar

Furando a manhã luminosa
Revoam borboletas e andorinhas
Lá embaixo, em nossa casa
Mamãe estende roupas coloridas

Papai já imagina a produção
Êh, meu Deus! Que coisa boa
Sorte que ouvi o velho Sebastião
Conselho de pai, Deus abençoa

O sino bate horas lá na Capela
Papai para um pouco, se acocora
Brinca com a terra escura
Fecha os olhos. Sonha, sonha

Imagina os grãos caindo em chuva
Uma montanha de café subindo
Me darei mal uma ova
Ri do agouro de “certo” vizinho

Um comentário: