segunda-feira, 27 de junho de 2016

Bolinha

Na casa da minha
Primeira infância
As janelas
Eram de madeira
E na do meu quarto
Por uma pequena fresta
As manhazinhas
Infiltrava-se um sol menino
Indo parar à parede
Uma bolinha arregala
Brilhante
Que ia descendo
Descendo
Brincando comigo
Provocando-me
Uma fechadinha de nada
De olhos e ela já descia
Mais de metro
Quanto mais baixa
Mais próxima de mim
E mais tarde seria
Aviso de que eu
Perdia tempo na cama
Devendo levantar-me
O quanto antes
Pois o pai da bolinha
Um laranjão de fogo
Alteado no céu
Do pomar
Gostaria de me ver
Bem como a todos
Os meninos
Lá fora
Brincando
Feliz
Iluminado


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