quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

docinho de leite

Ontem aquela moça me disse
Que sentir saudade é rejeitar o presente
Como afirmá-lo sem graça e brilho
Que melhor seria que não tivesse vindo

Observei que eu não entendia assim
Que a saudade boa não é refúgio
Mas sim flor antiga que perfuma até hoje
Uma brasinha que aquece a qualquer tempo
Um docinho de leite cujo dulçor não acaba nunca

Isso acrescenta a instabilidade do presente
Uma constante sensação de gravidez que
Não sabemos se vai acabar em carinho ou soco
Um “não sei onde vai dar” que o que tem
De bonito tem de assustador

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