quinta-feira, 14 de setembro de 2017

PERALTICE

Quando Deus pintava o mundo
Pediu ajuda aos anjos
Indicou-lhes as tintas
Permitidas

Foi avisando que algumas
Eram reservadas
Apenas ao Paraíso

Quando Deus acordou 
De um cochilo
De depois do almoço
Um susto

Topou com certo anjo
Já com o pincel imergido
Numa lata das
Tintas proibidas

Deus ralhou com o anjo
Tomou a tinta dele
Mas o anjo ficou com o pincel
Encharcado da tinta

O anjo, então, ido Deus
Como fosse padre aspergindo
Água benta sobre o povo
Entrou a aspergir da tinta
No céu da noite

Deus quando viu 
Sorriu em segredo
Que peraltice daquele
Seu filhinho
Mas até que gostou

Foi assim que o céu da noite
Acabou salpicado do
Que chamamos estrelas

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