quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Ressequitude


O vento se revolta. A tudo empurra. Geme.
Já tão tarde. Ser-lhe-ia melhor se acalmar.
No poente, confuso, o alaranjado seco treme.
Neste cheiro de velas, o silêncio falta-me o ar.

As cores desmaiam à pressão apertada do desluzir
Agressivo, no nascente se infiltra o preto dominar.
Não queria esse vento rasgante a me confundir.
Abraço-me à falta de alguém para me abraçar.

Oh Pai, como eu queria o novo do calor latente
Não a impiedosa poeira velha ressecando-me assim.
Nem me anima o desvendar da estrelinha tremulante.

Como resistir ao frio uivante da estrada tão antiga
Se sei que não vai longe a curva da hora de dormir
Mesmo eu, pobre, querendo caminhar tanto ainda.  
 



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