quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Leviatã



Em águas escuras
De um mar revolto
Calhou-me encontrar
Leviatã solto 
Deparei-me de frente
Àquela goela aberta
Devora-me monstro
O golpe foi certo
Rugido de trovão
Dentes de marfim
Lá dentro do bucho
Vi que não morri
Debati-me como pude
Lá dentro da pança
Se Leviatã espirra
Quem sabe me lança
Lançou-me às areias
De uma praia quente.
Sei que parece, mas
Não sou Jonas, gente.
Jesus estava certo,
Aliás, como sempre.
Para viver,
É preciso morrer.
O problema deve ser
Encarado de frente.

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